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Energia: Um Conceito Holístico e Científico

A Energia no Universo

Definir o que é Energia não é uma tarefa simples, nem mesmo no meio científico. No entanto, de forma simplificada, podemos entender que a energia é essencial para buscarmos compreender melhor como funciona o universo ao nosso redor. Existem diversos tipos de energia: mecânica, térmica, nuclear, eletromagnética, entre outras. O foco aqui será nas chamadas Energias Sutis, que podemos definir como energias que ainda não são completamente compreendidas e, em alguns casos, nem sequer conhecidas.

Vamos começar com a ideia de que, no Universo, nada é criado, tudo é "reciclado". Por exemplo, um objeto é formado por diversas moléculas, que por sua vez são compostas por átomos. À medida que o objeto se desfaz (por qualquer razão), esses átomos não desaparecem. Eles retornam ao ambiente de outra forma, separados, mas com a possibilidade de se unir a outros átomos e formar novas formas. Essas novas formas podem ter características mais densas, resultando na matéria que conhecemos, ou aspectos mais sutis, que é justamente onde nosso foco estará.

A compreensão da energia possui abordagens distintas entre a ciência e a visão holística. A ciência moderna entende a energia como a capacidade de realizar trabalho, sendo medida e quantificada em formas como elétrica, térmica, cinética e potencial. A famosa equação de Einstein 
E=mc2E = mc^2

Já a abordagem holística amplia esse conceito para incluir aspectos sutis e espirituais, reconhecendo que a energia permeia e interliga tudo o que existe. Esse entendimento é central em tradições espirituais e terapias alternativas, onde a energia vital — chamada de prana, chi, ki, ou mana em diferentes culturas — é considerada fundamental para a saúde e o equilíbrio.


Energias Sutis e a Ciência

Embora a ciência moderna ainda não tenha instrumentos para detectar ou medir essas energias sutis, o conceito é amplamente aceito em práticas espirituais e terapêuticas holísticas. Essas energias seriam responsáveis por influenciar nosso estado físico, emocional, mental e espiritual. A física quântica, apesar de não validar diretamente essas ideias, traz reflexões sobre a natureza vibracional da matéria e da energia, o que inspira muitas interpretações holísticas.

O Sistema Energético Integrado (SEI)

Nossa existência se dá por meio da percepção e interação com a dimensão na qual vivemos, através de um veículo que chamamos de Corpo Físico. No entanto, o Corpo Físico, que enxergamos, é apenas uma das camadas do Sistema Energético Integrado (SEI), que é a emanação do nosso SER, do nosso EU SUPERIOR. O SEI é constituído por Corpos, Campos, Canais e Centros energéticos.


Corpos Energéticos

Os Corpos Energéticos são camadas que se sobrepõem, dependendo da sua densidade energética. Segundo a descrição no livro Mãos de Luz (Barbara Ann Brennan), os Corpos Energéticos são:

  • Físico: O corpo biológico, que serve como o canal por onde as sensações físicas chegam ao SEI.

  • Etérico: Semelhante ao Corpo Físico, mas com uma vibração menos densa. Este corpo é o padrão no qual o corpo físico se manifesta. As doenças surgem primeiro neste corpo, para depois se materializarem no corpo físico. Está relacionado ao Chakra Básico.

  • Emocional: Este corpo é responsável pelas nossas emoções, e é nele que as emoções são emanadas. As cores que nele predominam dependem das emoções que envolvem a pessoa. Está relacionado ao Chakra Sexual.

  • Mental: Corresponde aos nossos processos mentais e ideias. É onde as formas-pensamento são geradas e permanecem. Está relacionado ao Chakra Umbilical.

  • Astral: Este corpo unifica as energias dos três corpos inferiores e dos três superiores, funcionando como um transformador de energias mais densas e sutis. Está relacionado ao Chakra Cardíaco.

  • Etérico Padrão: Esse corpo serve como o padrão para o Corpo Etérico, estando vinculado ao plano onde o som tem grande efeito como ferramenta. Está relacionado ao Chakra Laríngeo.

  • Celestial ou Búdico: Relacionado ao nível emocional do plano Espiritual, é onde ocorrem as experiências de êxtase espiritual. Está relacionado ao Chakra Frontal.

  • Ketérico Padrão ou Causal: Representa o nível mental do plano espiritual, sendo o plano onde temos contato com a Energia Criadora. É o padrão geral para os outros corpos se formarem. Está relacionado ao Chakra Coronário.


Campos Energéticos (Aura)

Na visão holística, todos os seres vivos possuem um campo energético que os envolve, conhecido como "aura". Este campo é composto por diferentes camadas ou corpos sutis que refletem nossos estados físico, emocional, mental e espiritual. A leitura e a harmonização da aura são práticas comuns em terapias energéticas como o Reiki, a Cura Prânica e outras técnicas de imposição de mãos.

A ciência convencional não reconhece a existência da aura ou dos campos sutis, pois não há provas objetivas de sua existência. No entanto, alguns estudos sobre bioeletromagnetismo investigam campos energéticos produzidos pelo corpo, como o campo eletromagnético gerado pelo coração e pelo cérebro, que podem ser medidos por instrumentos como eletrocardiógrafos e eletroencefalógrafos.


Chakras e Glândulas Endócrinas

A tradição indiana apresenta os chakras como centros de energia localizados ao longo da coluna vertebral, influenciando aspectos físicos, emocionais e espirituais. Cada um dos sete chakras principais está associado a glândulas endócrinas específicas e a funções energéticas distintas:

  • Muladhara (Chakra Raiz): Relacionado às glândulas suprarrenais, à sobrevivência e à segurança.

  • Swadhisthana (Chakra Sacral): Associado às gônadas, à sexualidade e à criatividade.

  • Manipura (Chakra do Plexo Solar): Conectado ao pâncreas, ao poder pessoal e à força de vontade.

  • Anahata (Chakra Cardíaco): Relacionado ao timo, ao amor e à compaixão.

  • Vishuddha (Chakra Laríngeo): Associado à tireoide, à comunicação e à expressão.

  • Ajna (Chakra Frontal ou Terceiro Olho): Ligado à hipófise, à intuição e à percepção.

  • Sahasrara (Chakra Coronário): Conectado à glândula pineal, à espiritualidade e à consciência superior.

A ciência médica não reconhece os chakras nem suas correlações com as glândulas endócrinas. Essa associação é baseada em tradições espirituais e sistemas energéticos orientais.


Nádis e Kundalini

Na tradição iogue, os "nádis" são canais sutis que conduzem a energia vital por todo o corpo, sendo os três principais: Ida, Pingala e Sushumna. A energia Kundalini, simbolizada como uma serpente adormecida na base da coluna, é descrita como uma força espiritual poderosa que, quando desperta, percorre os chakras e promove um estado de consciência expandida e iluminação.

O despertar da Kundalini é um processo espiritual profundo, praticado sob orientação de mestres qualificados devido à intensidade de suas experiências. Embora não haja comprovação científica dessa energia, práticas de respiração e meditação que trabalham a Kundalini têm demonstrado benefícios para a saúde mental e emocional.


Reflexão

A visão holística da energia oferece uma compreensão integral que conecta corpo, mente e espírito. Enquanto a ciência moderna se concentra no que é mensurável e verificável, a abordagem holística explora aspectos sutis que vão além do tangível.

Podemos ilustrar essa ideia pensando na energia elétrica. Sempre presente desde antes da humanidade, os antigos associavam os relâmpagos a manifestações divinas, sinais dos deuses. Em 1752, Benjamin Franklin realizou seu famoso experimento com a pipa e o raio, demonstrando que os relâmpagos eram uma forma de eletricidade. Com o avanço da ciência no século XIX, a energia elétrica passou a ser compreendida e utilizada, tornando-se essencial para a vida moderna. Hoje, independentemente de crenças pessoais, a energia elétrica é explicada pela ciência e utilizada por todos, moldando nossas vidas e sociedade.

Essa analogia nos leva a refletir sobre as energias sutis abordadas pela visão holística. Assim como a eletricidade existia antes de ser compreendida e utilizada, é possível que as energias sutis também existam além da compreensão científica atual, aguardando formas de serem percebidas e aplicadas de maneira concreta. A ciência e a visão holística, apesar de distintas, se complementam ao enriquecer nosso entendimento sobre a natureza da existência, ampliando nossas percepções e abrindo caminhos para novos saberes.

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