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Mostrando postagens de abril, 2025

O Genocídio do Povo Negro e a Escravização Colonial

"Navio negreiro Tumba flutuante Terra mãe distante Dor e desespero Segue a nau errante Singrando saudades África distante Ouça meus cantares Mãe que perde o filho Rei perde rainha Povo perde o brio Enquanto definha" — Mestre Toni Vargas A história da humanidade é marcada por episódios de violência sistemática e exploração, mas poucos se comparam à magnitude do genocídio do povo negro durante o período da escravização transatlântica. Estima-se que mais de 20 milhões de africanos foram mortos ou morreram como consequência direta da escravização europeia, especialmente sob regimes como o do rei Leopoldo II da Bélgica, que sozinho foi responsável pela morte de aproximadamente 10 milhões de congoleses durante sua administração brutal do Estado Livre do Congo. Esse genocídio é muitas vezes subestimado ou invisibilizado em comparação a outros, como o Holocausto, que vitimou cerca de 6 milhões de judeus. A disparidade na memória coletiva e no ensino histórico revela muito sobre as es...

A Torre: Crise da Comunicação

Na narrativa bíblica da Torre de Babel, os seres humanos falavam uma única língua e, unidos, decidiram construir uma torre que chegasse aos céus. O mito diz que Deus, temendo essa aproximação, confundiu suas línguas e os dispersou pela Terra. Essa história aparece também, de formas distintas, em mitologias africanas, hindus e aborígenes, o que revela algo arquetípico: sempre que a humanidade se une e se fortalece por meio do entendimento, algo — ou alguém — age para fragmentar, para separar, para impedir a construção coletiva. Joseph Campbell dizia que os mitos são metáforas da experiência humana. A torre, então, é também símbolo da possibilidade de comunhão e da ameaça que isso representa para quem detém o poder. A linguagem é uma das ferramentas mais potentes que temos para construir sentido e, por consequência, poder. Ao longo da história, quem controla a linguagem controla as narrativas. Na Idade Média, por exemplo, a Bíblia era lida apenas pelo clero; o povo não tinha acesso diret...

Entre Estruturas e Escolhas

A estrutura em que vivemos é baseada no poder — simbólico, econômico, sexual, espiritual — que sempre foi concentrado, por séculos, nas mãos dos homens. E essa estrutura, chamada patriarcado , não se mantém apenas por força bruta. Ela se sustenta por uma engrenagem delicada: a naturalização da desigualdade , a romantização do sofrimento, e a repetição quase inconsciente de papéis impostos. A questão aqui não é sobre vilões e vítimas, bons ou maus. O que está em jogo é perceber como todos nós fomos ensinados a existir dentro de um sistema desigual , onde a masculinidade foi moldada como sinônimo de dominação, e a feminilidade, muitas vezes, como sinônimo de sacrifício. Mas o mundo está mudando. As vozes femininas vêm se levantando com força. Há uma ruptura em curso. E como toda revolução, essa também traz reações. O surgimento de grupos como os redpills ou incels é reflexo direto desse abalo na estrutura. Homens que perderam seus antigos privilégios — ou que nunca conseguiram ocupá-lo...